quarta-feira, 10 de junho de 2009
domingo, 7 de junho de 2009
Para pensar e refletir
EDUCAÇÃO Podemos fazer a diferença...
A professora Teresa conta que no seu primeiro dia de aula parou em frente aos seus alunos da 5ª série primária e, como todos os demais professores, lhes disse que gostava de todos por igual.
No entanto,ela sabia que isto era quase impossível, já que na primeira fila estava sentado um garoto chamado Ricardo.
Ela, aos poucos, notava que ele não se dava bem com os colegas de classe e muitas vezes suas roupas estavam sujas e cheiravam mal.
Houve até momentos em que ela sentia um certo prazer em lhe dar notas vermelhas ao corrigir suas provas e trabalhos.
Ao iniciar o ano letivo, era solicitado a cada professor que lesse com atenção a ficha escolar dos alunos, para tomar conhecimento das anotações.
Ela deixou a ficha de Ricardo por último. Mas quando a leu foi grande a sua surpresa...
Ficha do 1º ano:
“Ricardo é um menino brilhante e simpático. Seus trabalhos sempre estão em ordem
e muito nítidos.Tem bons modos e é muito agradável estar perto dele.”
Ficha do 2º ano:
“Ricardo é um aluno excelente e muito querido por seus colegas,mas tem estado preocupado com sua mãe que está com uma doença grave e desenganada pelos médicos.A vida em seu lar deve estar sendo muito difícil.”
Ficha do 3º ano:
“A morte de sua mãe foi um golpe muito duro para Ricardo.
Ele procura fazer o melhor,mas seu pai não tem nenhum interesse e
logo sua vida será prejudicada se ninguém tomar providências para ajudá-lo.”
Ficha do 4º ano:
“Ricardo anda muito distraído e não mostra interesse algum pelos estudos.
Tem poucos amigos e muitas vezes dorme na sala de aula.”
Ela se deu conta do problema e ficou terrivelmente envergonhada...
E ficou pior quando se lembrou dos lindos presentes de Natal que ela recebera dos alunos, com papéis coloridos, exceto o de Ricardo, que estava enrolado num papel de supermercado.
Lembrou que abriu o pacote com tristeza, enquanto os outros garotos riam ao ver que era uma pulseira faltando algumas pedras e um vidro de perfume pela metade.
Apesar das piadas ela disse que o presente era precioso e pôs a pulseira no braço
e um pouco de perfume sobre a mão. Naquela ocasião Ricardo ficou um pouco mais de tempo na escola do que o de costume. Relembrou, ainda, que ele lhe disse:
- A senhora está cheirosa como minha mãe!
E, naquele dia, depois que todos se foram,a professora chorou por longo tempo...
Em seguida, decidiu mudar sua maneira de ensinar e passou a dar mais atenção
aos seus alunos, especialmente a Ricardo.
Com o passar do tempo ela notouque o garoto só melhorava. E quanto mais ela lhe dava carinho e atenção, mais ele se animava. Ao finalizar o ano letivo,Ricardo saiu como o melhor da classe.
Seis anos depois, recebeu uma carta de Ricardo contando que havia concluído o segundo grau e que ela continuava sendo a melhor professora que tivera.
As notícias se repetiram até que um dia ela recebeu uma carta assinada
pelo Dr. Ricardo Stoddard, seu antigo aluno,mais conhecido como Ricardo.
Mas a história não terminou aqui...
Tempos depois recebeu o convite de casamento e a notificação do falecimento do pai de Ricardo. Ela aceitou o convite e no dia do casamento estava usando a pulseira que ganhou de Ricardo anos antes, e também o perfume.
Quando os dois se encontraram, abraçaram-se por longo tempo e Ricardo
lhe disse ao ouvido:
“Obrigado por acreditar em mim e me fazer sentir importante,demonstrando-me que posso fazer a diferença.”
E com os olhos banhados em lágrimas sussurrou:
“Engano seu! Depois que o conheci aprendi a lecionar e a ouvir os apelos silenciosos que ecoam na alma do educando.
Mais do que avaliar as provas e dar notas,o importante é ensinar com amor mostrando que sempre é possível fazer a diferença...”
(Autor Desconhecido)
Afinal, o que realmente faz a diferença?
É o fazer acontecer
a solidariedade, a compreensão,
a ajuda mútua
e o amor entre as pessoas...
O resto vem por acréscimo...
É este o segredo do Evangelho.
Tudo depende da Pedagogia do Amor.
Plano de aula de Necessidades Educativas Especiais
Identificação
Escola: IncluaAção( A ação é a melhor amiga da inclusão)
Série: 2º ano do Ensino Fundamental
Professoras: Luíza Glória, Maristânia Fontoura e Taíse Marques
I- Foco: Integrar os alunos com dificuldade de Aprendizagem e transtornos emocionais, através de didáticas nas disciplinas de Português e Matemática.
II- Propósito:
Objetivo específico:
Favorecer um ambiente cooperativo na turma, a fim de promover a inclusão dos alunos que sofrem transtornos emocionais e dificuldades de aprendizagem, intervindo pedagogicamente com a valorização da identidade de cada um, bem como suas peculiaridades e inteligências com atividades de acolhimento.
III- Dinâmica de aula:
O professor lê para seus alunos a história do livro: Dois de Cada, que abrange o tema separação de pais, afim de mostrar que esta situação pode ser resolvida de uma maneira satisfatória. Após a leitura o professor irá propor algumas atividades como:
Atividade 1 - Pedir que os alunos desenhem duas casas e que coloquem quem mora nelas. Aqueles que os pais estão separados desenham a casa de cada um dos pais, e aqueles que estão juntos desenham a casa deles e de algum parente como avós e tios etc...
Atividade 2 - Pedir que os alunos façam um gráfico relacionando o nome dos moradores ao local onde moram, as pessoas das duas casas feitas na atividade anterior. Após contar o número total de pessoas que tem nas 2 casas juntas.
Atividade 3 - Propor para as crianças que comentem os personagens que mais gostaram e após, solicitar que façam frases relacionadas a eles.
Intervalo 20 minutos para a realização do lanche coletivo que propõe a integração de todos.
Ao término do intervalo o professor sugere a leitura de outro texto, que poderá ser realizada pelos próprios alunos, já que a história é curta e de fácil entendimento. O nome dela é Patinho Feio.
Atividade 4 - Ao finalizar o texto, todos serão convidados para fazerem uma atividade desenho, onde professor colocará os numerais de 1 á 5 e pedirá que os alunos desenhem patos correspondentes a cada numeral.
Atividade 5 - Solicitar que as crianças façam frases com as palavras: pato, feio e amigo.
Atividade 6 - Propor uma atividade que integre o desenho a soma e a colagem.primeiro fazer 2 círculos, onde o primeiro estará o numero 1 , no segundo o 2 e no terceiro o 3. Solicitar que as crianças desenham cisnes correspondente em cada circulo e que façam a soma final. Depois farão um grande circulo no quais farão bolinhas de papel e colarão correspondendo ao número total encontrado na soma.
Atividade final- Corredor do carinho
As crianças ficarão lado a lado em 2 fileiras, no qual cada um passará no meio e receberá carinho de todos que estão na fileira, onde todos deverão ter a possibilidade de dar e receber carinho, propondo assim uma rede de afeto entre todos.
Conteúdos
Conceituais: Língua Portuguesa- produção textual, formação de frases a partir de palavras , descrição e interpretação de textos
Matemática: Construção de gráficos específicos, dos locais onde vivem;Adição de personagens e personagens relacionados com a história e relacionar as quantidades aos números.
Procedimentais: Colagem com papel crepom para representação da quantidade; registro e desenho em cartazes; literatura com histórias que promovem a audição e a reflexão; a confecção de cartazes; desenhos de sentimentos promovidos pela história, contas e somas, capacidade de ouvir e sentir a música.
Atitudinais: valorização das interações dentro e fora da escola; conhecimento do local onde vivem, estabelecimento de relações e diferenças entre a casa ( família) e a escola; Obtenção de hábitos de cooperação, convivência, afetividade e respeito ao outro; conhecimento do corpo limites e inclusão.
Recursos:
Livros(2) ;música ( rádio e cd ); hidrocor; lápis de cor e preto;papel cartaz;classes e cadeiras;o próprio corpo;
IV-Avaliação
A partir das atividades propostas avalia-se a participação individual e em grupo através da interação no decorrer das atividades e dinâmicas.
Observação: Na turma com 30 alunos, 3 apresentam dificuldades de aprendizagem, decorrentes dos transtornos emocionais.
sábado, 6 de junho de 2009
Reportagens na televisão
http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/default.jsp?source=DYNAMIC,blog.BlogDataServer,getBlog&pg=1&template=3948.dwt§ion=Blogs&tipo=1&coldir=1&uf=1&local=1&blog=117&post=179802&siteId=552
http://www.clicrbs.com.br/blog/jsp/default.jsp?source=DYNAMIC,blog.BlogDataServer,getBlog&pg=1&template=3948.dwt§ion=Blogs&tipo=1&coldir=1&uf=1&local=1&blog=117&post=180425&siteId=552
Diante dos três termos abordados verificamos que na escola é possível observar que as crianças e adolescentes apresentam sintomas semelhantes quanto a esses transtornos.
“As crianças com dificuldades de aprendizagem que estejam com problemas emocionais apresentam na opinião de Fonseca (1995), sinais de regressão, oposições, narcisismos e negativismos. Esse fato acaba por produzir baixa auto- estima e fragilidade no auto conceito.
[...] instabilidade emocional e dependência, tensão nervosa dificuldade em manter a atenção, inquietude e desobediência, reações comportamentais bruscas decorrentes, falta de controle de si mesmo, problemas de comunicação, frustração em relação a esse grupo de crianças. ( CRUZ, 1990, p. 140)
O professor deve trazer para suas praticas pedagógicas atividades que acolham os alunos com os transtornos emocionais, evitando atividades em que haja exclusão. O aluno carrega uma “ bagagem” familiar muito grande, pois são suas primeiras relações sociais, e quando a família esta abalada a criança encontra o refugio na escola para esses problemas.
Segundo o site psiqweb os alunos [...] podem trazer para escola alguns problemas de sua própria construção emocional (ou personalidade) e, extrinsecamente, podem apresentar as conseqüências emocionais de suas vivencias sociais e familiares.
Outros alunos já vem a escola como a verdadeira razão dos seus problemas fugindo das situações que irão encontrar, pois nem sempre a escola pode ajudar o aluno a resolver dos mesmos cabendo ao professor investigar a causa dos transtornos emocionais, se são de origem familiar ou do contexto escolar, pois estes dificultam sua aprendizagem.
A partir dessa analise investigativa, o professor irá traçar estratégias pedagógicas para suas ações em sala de aula, essas ações correspondem aulas que possibilitam afetividades entre alunos e também incluindo a cooperação, porem o professor sozinho não conseguira resolver todos problemas, pois existe o serviço de apoio como a psicologia, serviço social e os órgãos competentes de proteção da criança e adolescente.
Parece haver consenso de que os aspectos cognitivos diferenciam-se dos emocionais, porem são indissociáveis, embora se tenham muitas questões ainda a serem tratadas, como, por exemplo, se um pode determinar o outro. Nesse contexto, Piaget (1954) propõe que se devem considerar os aspectos afetivos em todos os atos inteligentes ( Bartolomeu, Sisto e Ruda , p. 144) .
É inevitável se pensar que o emocional não interfere no cognitivo, pois a criança em desenvolvimento irá trazer todas suas vivencias para construir novos saberes relacionando com meio que vive. Cabe aos adultos intervir de uma maneira significativa nos processos de aprendizagem para que a criança e o adolescente consigam evoluir em seu desenvolvimento social afetivo e cognitivo.
CONCLUSÃO
Conclui-se que os transtornos emocionais afetam as aprendizagens e a socialização dos indivíduos com seu meio, pois os mesmos podem ser momentâneos ou perdurarem durante a vida adulta, caso não forem tratadas adequadamente. Deve haver uma parceira entre a família e a escola, para que a criança consiga se sentir segura, devolvendo a ela sua auto-estima, motivação para os estudos e reconhecimento de sua identidade.
ABUSO SEXUAL INFANTIL
Sabe-se que os casos de abuso sexual infantil, esta cada vez mais comum hoje em dia, todo dia aparece novos casos, desta “barbaridade” que estão fazendo com as crianças e adolescentes de toda parte do mundo.
Faz-se a seguinte pergunta: como fica o emocional de uma criança após essa violência sexual? Sem dúvidas nenhuma o emocional fica abalado, e não é de hoje que essas vivências vêm ocorrendo, durante muitos e muito anos isso acontecesse na vida de uma inocente criança, seja menino ou menina de qualquer classe social, não só nas classes menos favorecidas, como em muitos casos tem se dado ênfase.
Porém é muito importante, fazer um acompanhamento técnico dessa criança abusada sexualmente, pois, as conseqüências psicológicas, se não forem trabalhados com total apoio, seja da família ou dos profissionais, podem trazer sérios problemas na vida de uma criança ou adolescente.
No primeiro momento, um breve conceito de família, para que o assunto aqui abordado seja objetivo e que cada etapa fique bem claro.
O que é família?
A tendência a naturalização da família, tanto no nível do senso comum como da própria reflexão científica, que leva á identificação do grupo conjugal como forma básica e elementar de toda a família e á percepção do parentesco e da divisão de papéis como fenômenos naturais,criou durante muito tempo, obstáculos de difícil transposição para sua análise. Por esse motivo, o primeiro passo para se estudar a família deveria ser o de “dissolver sua aparência de naturalidade”, percebendo-a como criação humana mutável e observando que as relações muitas vezes coincidentes que conhecemos atualmente entre grupo conjugal, rede de parentesco, unidade doméstica/residencial podem se apresentar como instituições bastante diferenciadas em outras sociedades ou em diferentes momento históricos.
Sabe-se que a família é muito importante na vida de uma pessoa, principalmente na vida de uma criança, pois, é nela que esta toda a base do processo de desenvolvimento de cada um seja, cognitivo, intelectual ou afetivo. Por isso é essencial que haja uma estrutura na família, por que havendo união os vínculos afetivos contribuem bastante para encontrar soluções para obstáculos, que certamente irão aparecer.
Em tese, define-se Abuso Sexual como qualquer conduta sexual com uma criança levada a cabo por um adulto ou por outra criança mais velha. Isto pode significar, além da penetração vaginal ou anal na criança, também tocar seus genitais ou fazer com que a criança toque os genitais do adulto ou de outra criança mais velha, ou o contacto oral-genital ou, ainda, roçar os genitais do adulto com a criança.
Às vezes ocorrem outros tipos de abuso sexual que chamam menos atenção, como por exemplo, mostrar os genitais de um adulto a um criança, incitar a criança a ver revistas ou filmes pornográficos, ou utilizar a criança para elaborar material pornográfico ou obsceno.
A Criança Abusada
Devido ao fato da criança muito nova não ser preparada psicologicamente para o estímulo sexual, e mesmo que não possa saber da conotação ética e moral da atividade sexual, quase invariavelmente acaba desenvolvendo problemas emocionais depois da violência sexual, exatamente por não ter habilidade diante desse tipo de estimulação.
A criança de cinco anos ou pouco mais, mesmo conhecendo e apreciando a pessoa que o abusa, se sente profundamente conflitante entre a lealdade para com essa pessoa e a percepção de que essas atividades sexuais estão sendo terrivelmente más.
Para aumentar ainda mais esse conflito, pode experimentar profunda sensação de solidão e abandono.
Quando os abusos sexuais ocorrem na família, a criança pode ter muito medo da ira do parente abusador, medo das possibilidades de vingança ou da vergonha dos outros membros da família ou, pior ainda, pode temer que a família se desintegre ao descobrir seu segredo.
A criança que é vítima de abuso sexual prolongado, usualmente desenvolve uma perda violenta da auto-estima, tem a sensação de que não vale nada e adquire uma representação anormal da sexualidade. A criança pode tornar-se muito retraída, perder a confiaça em todos adultos e pode até chegar a considerar o suicídio, principalmente quando existe a possibilidade da pessoa que abusa ameaçar de violência se a criança negar-se aos seus desejos.
Algumas crianças abusadas sexualmente podem ter dificuldades para estabelecer relações harmônicas com outras pessoas, podem se transformar em adultos que também abusam de outras crianças, podem se inclinar para a prostituição ou podem ter outros problemas sérios quando adultos.
O comportamento das crianças abusadas sexualmente pode incluir:
Interesse excessivo ou evitação de natureza sexual;
Problemas com o sono ou pesadelos;
Depressão ou isolamento de seus amigos e da família;
Achar que têm o corpo sujo ou contaminado;
Ter medo de que haja algo de mal com seus genitais;
Negar-se a ir à escola,
Rebeldia e Delinqüência;
Agressividade excessiva;
Comportamento suicida;
Terror e medo de algumas pessoas ou alguns lugares;
Retirar-se ou não querer participar de esportes;
Respostas ilógicas (para-respostas) quando perguntamos sobre alguma ferida em seus genitais;
Temor irracional diante do exame físico;
Mudanças súbitas de conduta.
Como fica o comportamento da criança na escola?
Para ínicio, a criança nega-se a ir para a escola, questão então que propicia a dificuldade de aprendizagem da criança, partindo dos fatos em que a criança evita contato com outras crianças, afetando então até sua relação social, inibindo a criança a desenvolver suas habilidades e competências,
A escola não interfere apenas na transmissão do saber científico, culturalmente organizado, mais influi na socialização e individualização da criança desenvolvendo as relações afetivas, a habilidade para participar nas situações sociais ( brincadeiras, trabalho em grupo, etc.) as destrezas de comunicação, o papel sexual, as condutas pré-sociais e a própria identidade pessoal( autoconceito, autoestima, autonomia). Quanto á identidade pessoal, a criança, quando entra na escola, traz um grupo de experiências prévias que permitem ter um conceito de si mesma a ser reafirmado ou não pelo conceito que os demais terão dela, e isso significa uma ampliação de seu mundo de relações.
Vale ressaltar que nas situações em que aparece integrantes da família o “abusador”, descarta a possibilidade de fazer um trabalho de equipe, mas fora isso, o trabalho de equipe não deve ser descartado em situações em que a criança necessita do apoio tanto da família quanto da escola , fazendo um profundo no psicológico da criança.
A criança tem um primeiro contato com as relações sociais, com sua família e é com estas primeiras vivências que irão se configurar suas próximas ações sociais e de suas características de personalidade no meio que circula . È fundamental que a família exerça um papel para construção de vínculos sociais, mas não é saudável para a criança conviver em meio a brigas conjugais.
As brigas entre o casal fazem com que a criança viva em lugar tenso e até mesmo agressivo, o que é extremamente prejudicial para seu desenvolvimento psíquico, mais ainda do que a ruptura do núcleo familiar. Se esse é desfeito por uma separação ou um divórcio, a criança passa a vivê-lo de forma traumática que dificulta suas atividades escolares, e é por isso que surgem as dificuldades de aprendizagem, que por sua vez, distorcem o desenvolvimento normal da personalidade (GONZÁLES,2007,p. 181).
Não é fácil para a criança lidar com tantas emoções ao mesmo tempo, deixando a mesma confusa e sem saber como lidar com a separação de seus pais, pois os mesmos são sua referência, na qual se identifica e possui laços fortes sendo sua base para se relacionar com os outros.
A família é a primeira unidade socializada. Tudo o que a criança possui depende dela, nela aprende as normas que guiarão suas relações afetivas. Se o núcleo familiar se quebra também a estabilidade emocional necessária para um desenvolvimento normal, e começam os desajustes da personalidade (GONZÁLES,2007, p. 181).
Para a criança lidar com a separação dos pais, é algo extremamente conflitante, pois a criança sofre e se angustia ao ver sua estrutura familiar se acabando.
Na escola a criança se isola, altera seu comportamento bem como seu desempenho na mesma. A criança em fase escolar acaba vivenciando todo e qualquer conflito na família, fazendo com que a mesma tenha uma experiência semelhante ao processo de perda e luto, principalmente com filhos menores. A figura dos pais é importante para o desenvolvimento afetivo e emocional da criança e viver num ambiente de brigas e com hostilidade, muitas vezes geram problemas emocionais e sociais para a criança nos ambientes em que a mesma convive, como a escola.
Os pais devem lembrar que os filhos realizam a aprendizagem com eles e depois ampliam em suas relações com outras pessoas. E da educação familiar no aspecto afetivo que depende seu comportamento posterior : a criança que cresceu em um ambiente conflituoso e sem carinho posteriormente depois tende a rejeitar a sociedade e tudo que ela representa (GONZÁLES,2007, p.178) .
Os traços emocionais mais freqüentes neste período de vida da criança que apresenta transtorno emocional pela separação conjugal dos pais são em sua maioria a tristeza, solidão, dificuldade de concentração, depressão, desmotivação para cumprir suas tarefas escolares e agressividade com os colegas e faltas em excesso na escola.
A ruptura do núcleo familiar ( separação, divórcio, etc.), a carência afetiva, o abandono, a falta de atenção, as características culturais da família,assim como a situação econômica, entre outros fatores, são algumas das possíveis causas que provocam esse transtornos ( GONZÁLES,2007, p.180)
Na escola muitas vezes a criança busca refúgio nos problemas familiares, tendo um apoio dos seus professores, mas nem sempre procura falar sobre suas inquietações no que irá dificultar seu aprendizado e convívio escolar.
Além de construir o autoconceito e auto-estima, a escola contribui para desenvolver a capacidade intelectual da criança. Nessa etapa ela começa a receber avaliações de seus professores, de seus colegas e de seus pais, de acordo com suas disposições naturais e com seu rendimento. Essa avaliação influi em seu autoconceito e na forma de a perceber seu próprio processo de aprendizagem, podendo contribuir para melhorar ou dificultar esse rendimento
( GONZÁLES,2007, p. 176)
A escola deve compreender que o aluno passa por um período difícil emocionalmente, lidar com este aluno que pode ser considerado “ um problema em sala” é desafiar o professor a perceber de que forma intervir para ajudá-lo, encaminhando se for o caso a um apoio específico e psicológico.
As crianças buscam um pai e uma mãe ideais, mas a realidade é outra, e vem a decepção; então o professor pode transformar nesse ideal que não conseguiram encontrar. O professor deve compreender a situação e não rejeitar essa relação; deve saber agir e saber dizer, para que não haja confusão na criança em relação aos papéis que cada um representa; deve ser conselheiro, orientador, sempre contando com os pais e fazendo com que participem no processo educacional de seus filhos a fim de evitar trahos opostos e contraproducentes
( GONZÁLES,2007, p.176)
Quando o aluno sofre com transtornos emocionais em sala de aula o professor, pode ajudar os pais na tarefa de detectar o problema, para que o aluno consiga superá-lo. Os professores são os que mais observam o comportamento atípico do seu aluno, podendo ajudar os pais que podem não aceitar que seu filho tenha um transtorno devido a situação familiar.
Os pais podem não perceber, não aceitar problemas emocionais em seus filhos, o que retardaria a atenção ao problema. Quanto aos educadores muitas vezes são eles os primeiros a observar os sintomas iniciais de um problema psiquiátrico na infância e adolescência. (DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM) .
O professor deve cada vez mais estar atento, no comportamento do aluno, pois aquele aluno que á mais participativo e se isola, ou até mesmo o aluno que é mais quieto e demonstra um comportamento mais agitado e agressivo pode ser um sinal de que algo de errado ocorre com o mesmo dentro e fora da escola. Não é fácil para o professor tornar-se muitas vezes a mediação entre o sofrimento e a aprendizagem de um aluno com transtornos, pois o mesmo pode também se tornar uma referência afetiva para o aluno que necessita de ajuda em suas aprendizagens e nas relações de afeto.
Além de construir o autoconceito e a auto-estima, a escola contribui para desenvolver a capacidade intelectual da criança. Nessa etapa ela começa a receber avaliações de seus professores, de seus colegas e de seus pais, de acordo com suas disposições naturais e com seu rendimento. Essa avaliação influi em seu autoconceito e na forma de perceber seu próprio processo de aprendizagem, podendo contribuir para melhorar ou dificultar esse rendimento( GONZÁLES,2007,p.176).
A escola cada vez mais procura ajudar os alunos em sala que sofrem transtornos, pois estes prejudicam e interferem em todo seus desempenho acadêmico e social. Não basta olhar e observar este aluno, mas também favorecer ao mesmo condições pedagógicas e afetivas para que o mesmo consiga elaborar de maneira satisfatória essas e emoções e adaptar-se as mesmas saudavelmente.
Quando o casal se separa , as crianças vivem em um estado de irritação e de a culpa que provoca desorientação e angústia; nessas condições não pode realizar o processo de aprendizagem de forma adequada, passando , às vezes, de um aluno com rendimento satisfatório ao fracasso escolar ( GONZÁLES,2007, p.195)
Orientar o aluno neste momento de conflitos emocionais sem dúvida faz parte de uma boa intervenção escolar , pois com ações como essas o mesmo facilitará sua superação para que de fato o aluno avance em suas aprendizagens sem , enquanto aprende a lidar também com suas angústias.
BULLYING ESCOLAR
O termo bullying significa o desejo de maltratar uma pessoa intencionalmente e repetidas vezes sem motivo a ponto de intimidá-la causando-lhe dor e sofrimento. Essas atitudes na maioria das vezes são realizadas por um ou mais estudantes, em disputa de poderes, onde o mais forte humilha o mais fraco.
Bully pode ser traduzido como valentão, tirano, brigão. Como verbo, bully, significa tiranizar, amedrontar, brutalizar, oprimir, e o substantivo bullying descreve o conjunto de atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um individuo (bully) ou grupo de indivíduos (ou grupo de indivíduos) incapaz de se defender (FANTE,2008. p. 34 ).
Estes atos de violência são caracterizados por apelidos, ofensas, discriminação, aterrorização, exclusão, chutes, ferimentos, e até mesmo, o roubo de pertences, tudo para intimidar a vítima.
Normalmente estas vítimas são aquelas pessoas consideradas diferentes do grupo, onde, na maioria das vezes ela sente-se isolada e excluída, podendo ter a moral rebaixada.
Segundo Fante (2008) “O bullying é uma forma de violência que resulta em sérios prejuízos, não apenas no âmbito escolar, mas a toda sociedade, pelas atitudes de seus membros.”
A identificação dessa violência ocorre quando os ataques são realizados contra a mesma pessoa por duas ou mais vezes. Nestes casos, a vítima passa a ter medo de receber um novo ataque, adquirindo sentimento de ansiedade, angústia, raiva e terror, atrapalhando-a inclusive em sala de aula, onde ela terá medo de fazer alguma pergunta ao professor e ser zoada, acabando por preferir se calar e isolar-se para que ninguém se lembre de constrange-la, diminuindo assim, seu sofrimento.
Os locais onde mais ocorrem os ataques de bullying são pracinhas, banheiros, pátios da escola, corredores, salas de aula, biblioteca e quadra de esportes.
Compete aos professores estar atentos para tais ações, observando o comportamento dos alunos nestes ambientes.
Quando os professores são treinados para a identificação, o diagnóstico e o encaminhamento do problema, tornando-se aptos a desenvolver estratégias psicopedagógicas de prevenção, fundamentados nos princípios de educação para paz, são capazes de intervir de forma adequada em tais circunstâncias (FANTE, 2008, p. 54).
Os alunos intimidados são na maioria das vezes, aqueles mais retraídos, tímidos, de classes menos favorecidas, frágeis ou com alguma característica diferente dos outros como: usa óculos, ter o nariz grande, ser gordo etc...
Eles por sua vez acabam demonstrando insegurança, sensibilidade, submissão, baixa autoestima, irritação e depressão.
As formas de maus tratos são: físico (bater, chutar, beliscar); verbal (apelidar, xingar, zoar); moral) difamar, caluniar, discriminar); sexual( abusar, assediar, insinuar); psicológico( intimidar, ameaçar, perseguir);material(furtar, roubar, destroçar pertences) ;e virtual( zoar,discriminar, difamar, através da internet e do celular) (FANTE, 2008, p. 62).
Fante constatou que na maioria de seus atendimentos ás vitimas de bullying sofrem um grande estresse acarretando diversos sintomas psicossomáticos no horário próximo de ir para escola, como: dores de cabeça, tonturas, náusea, ânsia de vômito, dor no estômago, diarréia, enurese, sudorese, febre, taquicardia, tensão, dores musculares, excesso de sono ou insônia, pesadelos, perda ou aumento do apetite, dores generalizadas, entre outras...
Estes sintomas ocorrem principalmente com as crianças menores, que no desejo inconsciente preferem ficar doentes a sofrer humilhações na escola. Muitas vezes estas situações passam despercebida pelos pais e professores, que acham que essas ações são simplesmente uma maneira de chamar atenção, e com isso, acabam acarretando diversos problemas, inclusive traumas.
[...] dependendo da estrutura psicológica de cada indivíduo, o bullying pode mobilizar ansiedade, tensão, medo, raiva, irritabilidade, dificuldade de concentração, déficit de atenção, angústia, tristeza, desgosto, apatia, cansaço, insegurança, retraiamento, sensação de impotência e rejeição, sentimentos de abandono e de inferioridade, mágoa, oscilações do humor, desejo de vingança e pensamentos suicidas, depressão, fobias e hiperatividade, entre outros. [...] ( FANTE,2008, p. 84 ).
Todos estes sentimentos provocam prejuízos até mesmo no desenvolvimento da inteligência e na capacidade de aprendizagem.
Estas dificuldades são oriundas da memória, onde o individuo, ao longo de sua vida, armazena de forma inconsciente, todas as experiências e informações recebidas.
Todas as emoções mais fortes, tanto positivas ou negativas, são arquivadas de um modo especial, para sem reutilizadas em novas situações.
Através desse processo a pessoa constrói sua autoestima, relacionamento interpessoal, resolução de conflitos e comportamento.
Conforme os registros acumulados, bons ou ruins, as pessoas têm ou não capacidade de sentir segurança em si mesmo.
No caso daqueles que sofreram bullying, a formação psicológica caracteriza-se por auto estima rebaixada e dificuldade de relacionamento, isto principalmente entre aqueles que foram expostos a intimidação e constrangimento.
Seus pensamentos e emoções serão marcados por insegurança, ansiedade, medo e vergonha, prejudicando assim, seu raciocínio e aprendizagem. Esta pessoa poderia até desenvolver comprometimento no desenvolvimento da inteligência, criatividade e liderança, assim como no envolvimento afetivo, familiar, social e no trabalho.
Fante descreve que: “entre os alunos por nós atentidos, identificamos como mais comuns o déficit de concentração e de aprendizagem, a dispersão, o desinteresse pelos estudos e pela escola, o absentismo, a queda do rendimento escolar e a evasão”.
Estes alunos, geralmente se tornam introvertidos, tristes e até mesmo irritados. Eles ficam em tensão e medo de serem atacados, perdendo a concentração, com pensamentos em como defender-se desses ataques. Quando eles têm dúvidas, tem medo de perguntar, para não serem criticados e assim, não conseguem acompanhar o rendimento da turma.
Com o baixo rendimento vão inventando desculpas para não irem a aula, alguns até desenvolvem fobia escolar e optam pela evasão.
Aquelas crianças consideradas ( bully), praticantes do bullying, muitas vezes, já sofreram algum tipo de mau trato seja por um adulto ou colega, e , que de alguma forma ficou fragilizado.
Os bullying de hoje podem ser os bully de amanhã, tudo acontece num ciclo de abusos e maus tratos, onde através de seus ataques, eles acabam gerando uma defesa, para que ele não se torne uma vítima, e sim o outro.
[...] reproduzir a vitimização é um esquema de proteção que adotam para lidar coma dor do trauma, a dor emocional. Portanto, o bully antes de tudo é um individuo que sofre que tem medo e muita raiva represada em seu coração [...] (FANTE, 2008, p. 101).
Sabe-se até então, que existem os bully e aqueles que sofrem bullying, além de quanto isto interfere na aprendizagem e sociação desses alunos. Para prevenir que isso aconteça é preciso que a escola capacite seus profissionais para observar, identificar , intervir e encaminhar adequadamente essas crianças, além de levar esse tema em discussão na comunidade e contar com a ajuda de psicólogos e assistentes sociais. È importante a participação de conselhos tutelares, delegacias da criança e do adolescente, entre outros.
Fante coloca que para detectar os índices de bullying, “é necessário que a escola faça uma pesquisa com os alunos, a fim de ouvi-los para saber quais são as suas experiências com o bullying e os sentimentos despertados por ele.
Nestas pesquisas os alunos são estimulados a falar sobre os seus relacionamentos com os colegas, através de dinâmicas de grupo, que facilitam a descoberta do fenômeno.
Através do incentivo, da solidariedade, tolerância e respeito ás diferenças, procurando integrar as vitimas e os agressores, a fim de que não ocorra mais o bullying, promovendo a inclusão de todos.
Além das pesquisas, os professores devem estar sempre atentos aos seus alunos, se algum está muito isolado, se nos trabalhos em grupo e jogos é sempre o último a ser escolhido. Também se observa se alguém é muito apelidado por seu aspecto físico, psicológico e cognitivo, e se em decorrência disso, torna-se triste, deprimido, aflito e agressivo.
Muitos desses alunos costumam apresentar queda nos estudos, e o professor precisa ver se ele está se desinteressando e faltando aula, com desculpas não convincentes, alguns deles até podem estar machucados, com materiais danificados e que não querem falar sobre o assunto.
Ao presenciar essa cena de bullying, o professor deve intervir imediatamente, para que cessem os ataques, porém ele deve ter cuidado, para não expor o praticante e nem superproteger a vítima.
O professor deve agir de forma discreta, respeitando a personalidade, limitações e condições do aluno, conforme sua idade e formação. Caso os maus tratos sejam graves, ele deve ser encaminhado à direção.
Sugerimos que o tema seja introduzido na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental, por meio de histórias ou fábulas que trabalhem o preconceito ou qualquer forma de exclusão e discriminação ( FANTE, 2008, p.117)
Inicialmente os casos devem ser resolvidos na escola por meio de ações pedagógicas, orientando o aluno agressor e aplicando a ele uma punição, prevista no regimento escolar, além de alertar os responsáveis, caso seja algo grave, deve-se também encaminhá-lo ao conselho tutelar.
Os responsáveis pela vítima podem fazer um boletim de ocorrência caso haja lesão corporal, calúnia, injúria ou difamação. A escola não pode se omitir, pois poderá ser sujeita a pagar indenizações ás vítimas, caso se comprove o fato e a omissão. Em casos crônicos, a escola pode encaminhar os alunos para ajuda multiprofissional, tanto para vítima, quanto para o agressor.
Para prevenir essas ações, sugere-se que o professor aborde o tema, desde a educação infantil através de histórias que trabalhem o preconceito, ou qualquer outra forma de exclusão ou discriminação. Nas demais séries pode-se trabalhar com artigos ou pesquisas, além da discussão do ECA, que mostrará aos alunos seus direitos e deveres.
A escola pode criar uma rede antibullying transformando os expectadores, em alunos “solidários”. (FANTE, 2008).
Os expectadores são aqueles alunos que não são nem agressores e nem as vítimas, apenas presenciam os fatos e os malem que fazem. Sugere-se então que eles se unam para ajudar a terminar com o bullying através de estratégias dentro e fora da escola.
Os alunos podem tentar integrar todos na hora do recreio, inclusive os mais isolados, propondo brincadeiras, apresentações teatrais, músicas, alongamentos etc...
Em sala de aula podem ajudar aqueles que têm dificuldade ao invés de rir das agressões dos bully, pois sem expectadores, as popularidades deles diminuem e os ataques passam a não ter mais graça.
Com as vítimas deve-se propor ajuda, estimule-o a falar, e jamais se calar, procurando sempre falar aos pais, professores ou diretor, para que eles possam tomar a atitude adequada.
Quanto aos pais pede-se que estejam sempre atentos aos hábitos, rotinas e atitudes dos filhos, para verificar, caso haja qualquer mudança.
O diálogo deve ser sempre aberto e jamais se deve criticar ou duvidar daquilo que a criança relata, pois o que ela mais procura é segurança para falar de seu sofrimento. Caso ela não queira falar pode-se procurar a escola, ou até um psicólogo, caso seja necessário.
Cada um apresenta suas dificuldades e habilidades, alguns procuram psicólogos, outros conseguem superar seus traumas sozinhos e outros acabam carregando consigo todos os traumas da vitimização.
As crianças que continuam traumatizadas tornam-se muitas vezes adultos inseguros, tensos, deprimidos e agressivos, reproduzindo o que sofreram em suas situações de vida, e outros, ainda desenvolvem transtornos psicológicos relacionados ao estresse sofrido na infância.
Para que isso não ocorra, à cultura da paz é a melhor saída, pois as escolas possuem os melhores meios de reduzir o bullying.
[...] os profissionais que atuam junto aos alunos, especialmente os professores, devem disseminar nos corações dos educandos as sementes da paz: a solidariedade, a tolerância, o respeito ás diferenças, a justiça, a cooperação, a amizade e o amor. Com isso, as crianças aprendem a respeitar e a valorizar as diferenças individuais, resolver os seus conflitos e conviver em harmonia (FANTE,2008, p. 129).
As crianças são capazes de multiplicar uma ideia e repassá-la aos demais, mas para isso é preciso que todos ajudem. Os professores podem iniciar, mas cabe a todos da comunidade a continuação do processo, para que todos se sintam incluídos, não havendo mais nenhuma forma de discriminação.
PEDAGOGIA
Maristânia de Matos Fontoura
Taíse dos Santos Marques
2009
INTRODUÇÃO
Atualmente a escola torna-se uma continuação da família, pois muitas vezes a criança passa mais tempo com os professores e colegas do que com os familiares.
Devido a isso um professor pode ter sensibilidade e preparo para perceber as problemáticas dos seus alunos. Os problemas variam de acordo com os traços pessoais que variam com a personalidade de cada um .
Nem todas as crianças sentem e reagem da mesma maneira aos estímulos e ás situações, por isso não deve-se submete-los as dificuldades adaptadas, sensibilidades e a situações que não lhe causem retraimento e introversão, pois com isso, eles podem ser levados a sentimentos de inferioridade a ponto de não quererem freqüentar determinada sala de aula, ou até mesmo a escola inteira.
Dentre os temores encontrados nas escolas encontram-se as ameaças ou ridicularização das crianças mais velhas com as mais novas, além das ansiedades oriundas nos desempenhos nos times esportivos, trabalhos escolares e diferenças sociais, que caracterizam os estilos de vestuário .
Muitas vezes um aluno considerado problema pode estar sofrendo algum tipo de transtorno emocional .
Ballone (2008), em reportagem a psicoweb, caracterizou um ranking de eventos que produzem transtornos emocionais.
1. Perda de um dos pais ( morte ou divórcio )
2. Urinar na sala de aula
3. Perder-se, ser deixado sozinho
4. Ser ameaçado por crianças mais velhas
5. Ser o último do time
6. Ser ridicularizado na classe
7. Briga dos pais
8. Mudar de classe ou escola
9. Ir ao dentista/hospital
10. Testes ou exames
11. Levar um boletim ruim para casa
12. Quebrar ou perder coisas
13. Ser diferente ( sotaque ou roupas )
14. Novo bebê na família
15. Apresentar-se em público
16. Chegar atrasado na escola
Dentre a lista acima, escolhe-se alguns fatores para serem representados no trabalho, os itens 4, 5, e 13 que referem-se ao bullying e os 1 e 7 em relação à separação dos pais, além destes, também será abordado o abuso sexual infantil, considerado também uma importante causa de retraimento e consequentemente acarretando dificuldades de aprendizagem.
Em psicologia da educação se diz que os transtornos afetivos causam dificuldades de aprendizagem, apresentam sintomatologias bem diversas, desde a tristeza, a timidez e a perda da iniciativa até a agressividade e os enfrentamentos, que sem dúvida, são o resultado dos mecanismos de defesa desenvolvidos pelo indivíduo para mascarar sua inferioridade (GONZÁLES,2007,p.182).
Muitos professores observam que seus alunos estão ficando muito agressivos, com dificuldade de concentração e desinteresse pelas aulas, mas deve-se perceber desde quando isto está acontecendo e por que. Para isto eles precisam contar com a ajuda da coordenação, direção, colegas e pais, para que possam ajudar estes alunos da melhor forma.
Todos estes itens serão então abordados com enfoque as dificuldade de aprendizagem , como forma de alerta aos professores e diretores, que possuem alunos com dificuldades não especificadas.
Brincadeiras Infantis
(beijo-abraço-aperto-de-mão, pó-rouge-batom)
Meninos e meninas escolhem em separado uma fruta, escondido de quem
foi escolhido para cair no poço. Ele terá de adivinhar a fruta no final. O
menino que caiu no poço começa a brincadeira, e uma menina responde,
assim:
Menino: - Ai ! Ai !
Menina: - O que foi ?
Menino: - Caí no poço.
Menina: - A água bateu onde ?
Menino: - Pelo pescoço.
Menina: - O que se tira disso ?
Menino: - Um aperto de mão e um beijo (ou qualquer coisa que ele
escolher).
Menina: - Qual é a fruta ?
Aí, quem "caiu no poço" responde. Se ele acertar a fruta, ganha da
menina o que ele tinha pedido. Se não, sai da brincadeira, e outro menino
entra no seu lugar.
Grau de Dificuldade: Simples
N.º de crianças: no mínimo 2 (ideal: até 4)
N.º de adultos: 1 organizador
Requisitos: 1 razoável espaço numa sala que tenha um tapete (ou então tenha um chão com 2
tonalidades diferentes)
Importante: o tapete deve estar bem firme no chão (preso por móveis, etc) para evitar
escorregões perigosos.
Regras/Funcionamento:
O organizador da brincadeira informa as crianças que em cima do tapete é a região conhecida
como Dentro e fora do tapete é a região conhecida como Fora.
Todas as crianças toda vão para fora do tapete, ou seja para “Fora” para que o jogo se inicie.
O organizador começa a falar em voz alta, as regiões para onde as crianças devem saltar e assim,
se o organizador falar a palavra “dentro”, as crianças devem pular para cima do tapete (=
“Dentro”) e quando falar a palavra “fora”, as crianças devem pular para fora do tapete (=“Fora”)
O organizador continua a falar as palavras mágicas (“Dentro ou Fora”) num intervalo cada vez
mais curto (3 a 5 segundos) de forma absolutamente aleatória: Dentro, Fora, Dentro, Dentro, Fora,
Dentro, Dentro, Fora, Fora, etc.
Como o tempo é curto e a cada mudança de palavra, as crianças devem obedecer e saltar, o risco
de que algumas delas cometa um erro é grande.
Quando isto acontece, as crianças que erraram são eliminadas desta rodada.
Convém lembrar que os erros são de 2 tipos: a criança pode saltar para “Dentro” (ou “Fora”)
indevidamente ou “esquecer” de saltar.
Quando só sobrar uma criança na rodada, ela é declarada vencedora desta rodada e ganha 1
ponto.
Sucedem-se 5, 10 ou 15 rodadas e declara-se vencedora a criança que tiver mais pontos.
Primeiro trace duas linhas no chão, com uns 8m de distância
entre elas. Alguém é escolhido para ser a mamãe e fica numa
das linhas, de costas para os jogadores. Os outros ficam na
outra linha, um do lado do outros.
Um por um, os jogadores tentam chegar à mamãe,
perguntando "mamãe posso ir?".
A mamãe, que está de costas, responde dando ordens que o
jogador tem que seguir. Alguém tem de ser o juiz, para ver se
as ordens vão ser cumpridas direito.
Se ela mandar dar passos de formiguinha, o jogador dá passos
bem pequenos. Passos de canguru são pulinhos. Se ela disser
dar passos de cachorro o jogador tem de andar de quatro. A
mamãe pode mandar anda pra frente ou para trás, quantos
passos ela quiser.
Os jogadores também podem combinar outros tipos de passos.
Ganha quem chegar primeiro até a mamãe.
Gato-e-rato
Os amigos fazem uma roda, dando as mãos. Alguém tem de ser o rato e
ficar dentro da roda. Outra pessoa é o gato e fica do lado de fora. O gato
pergunta e a roda responde:
-O senhor rato está em casa?
-Não! -A que horas chega?
-Às oito horas!
A roda, então, começa a girar, contando as horas combinadas.
Quando terminar, solta os braços, mas mantém a posição. O gato entra
na roda para pegar o rato.
O gato e o rato podem entrar e sairda roda, correndo.
O gato tenta agarrar o rato, que foge do gato o quanto pode. Quando o
rato é preso, recomeça o jogo.
Quem foi o rato é o gato na vez seguinte. Outra pessoa da roda é o rato.
Inclusão de alunos com Necessidades Especiais em Escolas de Ensino Regular
1 INTRODUÇÃO
Depois da família, a escola exerce um papel fundamental na educação e formação do indivíduo. É na escola que a criança desenvolve o conceito de cidadania e consciência dos seus direitos.
A escola deve possibilitar uma convivência de respeito, valorizando os sujeitos, dentro das suas peculiaridades.
A educação inclusiva não é somente acolher, mas de garantir, que todos os alunos com Necessidades Educacionais Especiais (NEE) possam ter, os mesmos direitos que os demais alunos.
A consciência do direito de construir uma identidade própria e do reconhecimento da identidade do outro traduz-se no direito à igualdade e no respeito às diferenças, assegurando oportunidades diferenciadas (equidade), tantas quantas forem necessárias, com vistas à busca da igualdade (MEC,2006,p.2).
A busca de igualdade e respeito às diferenças na escola, tem sido uns dos grandes focos de discussões entre os educadores e o sistema nacional de ensino.
As escolas, ou pelo menos algumas, tentam adequar seus espaços e estruturá-los para acolher da melhor maneira possível as crianças com NEE, mas a busca por espaços adequados e que realmente incluam e não excluam, ainda é presente em nossa realidade escolar.
Oferecer educação de qualidade é tarefa das redes de ensino, mas garantir um atendimento de qualidade depende de muita motivação e especialização dos profissionais em educação, pois o professor deve acolher com afetividade e competências à todos, e garantir que seus alunos se sintam realmente com seus direitos garantidos de estudar e aprender.
Na escola aparecem critérios e conceitos que instituem a diferença,ora por parâmetros estatísticos como a média ou a moda; ora critérios que tomam as peculiaridades da forma ou função de certas estruturas físicas das pessoas e, em quase todos os casos apoiando em processos comparativos do aluno que difere com um aluno “tipo ideal”, ideal que emerge e se estabelece a partir da ideologia dominante, que valida uns e empurra outros para o desvio. No caso de pessoas com deficiência, esse processos levam os educadores (assim como se dá na sociedade de forma geral) a conceberem a totalidade da pessoa de forma indevida, reduzindo-se á própria condição de deficiência e a ela atribuindo, de forma generalizada, uma ineficiência global( FERREIRA e FERREIRA,2003,p.38).
Quebrar estes paradigmas de desigualdade e exclusão, é papel das escolas, pois é nela que os alunos buscarão se habilitar e construir não só conhecimento, mas a serem também dispostos a conviver e aprender com os outros e às diferenças.
1.1 JUSTIFICATIVA
Verificar se na rede estadual de ensino existem mecanismos de adequação, quanto a acessibilidade e nos métodos de ensino, que possibilitem a inclusão dos alunos com NEE, conforme a lei n° 7.853/89, que dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - CORDE, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do ministério Público, define e dá outra providências, ( Alterada pela Lei 8.028/90) para que se possa refletir sobre as próprias práticas pedagógicas de atuação interdisciplinar.
Ao se observarem-se as escolas estaduais se poderá obter uma análise reflexiva sobre as mesmas, a fim de se buscar conhecimento dentro das práticas pedagógicas de gestão e docência.
Segundo (GÓES, p. 69), nos diz que : “[...] da inserção em classes regulares é usual que haja um ou dois alunos especiais numa classe e poucos em toda a escola, com diferentes tipos de necessidades.
Quando se fala em inclusão nas escolas se pode verificar de fato como isso ocorre, e quais os métodos e organização que se configuram em cada uma das escolas que se observa.
Numa sociedade, grupo social ou nas instituições, assim como nas politicas não se pode ignorar que as deficiências existem e são ao mesmo tempo agravadas e negadas pela construção social que as companha e que coloca a diversidade na posição de ilegitimidade no contexto das relações humanas. Ações que busquem materializar a inclusão escolar devem estar atentas às estratégias que possam ressignificar as pessoas com deficiência, não apenas alterando os rótulos com os quais caracterizam as suas identidades, mas ressignificando o “outro” no fazer pedagógico(FERREIRA et all FERREIRA,2003, p.39) .
Ao se analisar as observações que serão feitas nas escolas, teremos subsídios para conhecer de fato como a educação inclusiva caminha, e de como as secretarias e governo estão gerindo-as quanto às suas políticas do sistema nacional de educação.
Com base nas análises e observações, pode-se perceber, como são as práticas e ações educativas, como se configuram as relações entre os alunos com NEE e os demais alunos, como se dá a intervenção pedagógica e se existem nestas escolas profissionais habilitados que possam atender os alunos em suas especificidades.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Segundo Gurgel (2007,p.39), “Durante muitos anos, educadores de todo o país lutaram para que a escola incluísse crianças e jovens com deficiência “, diante disto observou-se que muitas lutas quanto a área da educação aconteceram, mas anteriormente a constituição de 1988 ainda não existiam especificamente políticas públicas para as crianças com NEE e que garantissem seu acesso às escolas regulares.
A matrícula de crianças “anormais” no ensino regular não foi uma prática deu-se apenas em algumas escolas. A escassez de atendimento ocorreu provavelmente pela ausência de uma política pública nacional para a educação. Apenas a constituição de 18 de Setembro de 1946 (art. 5°) conferiu a União competência para legislar sobre “diretrizes e bases” da educação (KASSAR, 2003,p. 50) .
Conforme Ferreira, dentre os alunos classificados como NEE citamos: as necessidades intelectuais (superdotadas, deficientes mentais, Educáveis, Treináveis e Dependentes), necessidades por desvios físicos (deficientes físicos não-sensoriais,deficientes físicos sensoriais, deficientes auditivos, deficientes visuais) necessidades Psicossociais ( distúrbios emocionais e desajustes sociais) e necessidades múltiplas( alunos com mais de um tipo de desvio).
De acordo com o MEC ( Ministério da Educação e Cultura) (1996), esses alunos eram considerados antigamente como personificação do mal, pois, eram tratados com torturas, castigos e abandonados pela sociedade na época da inquisição católica.
Numa sociedade, grupo social ou nas instituições, assim como nas politicas, não se pode ignorar que as deficiências existem e são ao mesmo tempo agravadas e negadas pela construção social que as acompanha e que coloca a diversidade na posição de ilegitimidade no contexto das relações humanas. Ações que busquem materializar a inclusão escolar devem estar atentas às estratégias que possam ressignificar as pessoas com deficiência, não apenas alterando os rótulos com os quais caracterizam as suas identidades, mas ressignificando o “outro” no fazer pedagó- gico (FERREIRA,2003, p. 39).
Afirma Bottas (2007) que dentre suas pesquisas de políticas públicas inclusivas as escolas devem oferecer uma estrutura adequada, definindo um bom planejamento, a fim de, sistematizar os conhecimentos de sala de aula, reformulando suas práticas.
[...] hoje é proposta uma escola inclusiva, cujos serviços especiais devam ser oferecidos a todos os alunos que durante o processo educacional apresentem necessidades educacionais especiais. Podemos perguntar: até que ponto não haverá uma identificação das crianças que apresentam dificuldades acentuadas de aprendizagem, sem uma causa orgânica identificada,com aquelas mesmas crianças que um dia estiveram ( e ainda estão) no rol das “ em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula ( KASSAR, 2003,p. 55).
As dificuldades quaisquer que existam de um aluno especial ou dito “normal” deve ser respeitada e garantir seu atendimento com qualidade, pois segundo o ECA ( Estatuto da Criança e do Adolescente) ,” é direito de todas as crianças a educação de qualidade, sem discriminação”, esse direito ressalta exatamente que a educação deve dar conta de formar pessoas sendo ela especial ou não, pois além de ser um direito é cada vez mais claro a importância de incluir à todos.
Numa visão dinâmica e prospectiva do desenvolvimento do indivíduo,é preciso investir em suas capacidades existentes e possibilidades emergentes, superando a noção de que as ações educativas devem apenas investir dentro dos limites estabelecidos pelos diagnósticos clínicos ou educacionais tradicionais(VYGOTSKY, 1997). Para uma educação especial, mesmo (ou, sobretudo) na inclusão, são indispensáveis projetos diferenciados e não pequenos ajustes (GÓES,2003 p.74).
As escolas públicas necessitam de ajustes técnicos, pedagógicos e estruturais para atender toda a sua demanda , não basta somente inserir os alunos com NEE, mas garantir que os mesmos possam ter acesso as atividades escolares de maneira inclusiva , dentro de suas potencialidades.
Os espaços de inserção de alunos com NEE, devem ser acolhedores e que visem garantir realmente seu desenvolvimento e habilidades em todos os sentidos, pois se a escola não possui profissionais capacitados e infra-estrutura acessível devem manter condições e serviços especializados de apoio.
Diante das dificuldades, muitas escolas chegam a fazer tentativas no intuito de construir condições para melhorar a inserção do aluno nas salas regulares. Uma delas é o intercâmbio com escolas especiais, seja para manter o aluno em dois espaços, seja para dar suporte a professores da classe regular em sua prática pedagógica(GÓES,2003, p.75).
As práticas pedagógicas devem atender as necessidades e vivências dos alunos, mas, além disso, o professor tem uma função específica em sua prática, que é de observar seus alunos em suas aprendizagens, sem fazer é claro “diagnósticos” de sua dificuldade ou necessidade, mas intervir com apoio de profissionais que possam dar suporte e atendimento complementar da escola.
[...] apoio pedagógico como primeira forma de diferenciação. Tratava-se de confiar a interventores externos à aula o que o próprio titular não podia fazer. O interventor de apoio era, em geral, um professor que tinha recebido no melhor dos casos uma formação complementar. Ás vezes, confiou-se o apoio a psicólogos especialistas em dificuldades escolares, o que completava os aportes conhecidos da fonoaudiologia, da piscomotricidade e da psiquiatria, ou a profissionais de apoio psicopedagógico ou da ortopedia, conforme a terminologia quebequense, com uma mista, com freqüência em uma orientação clínica(PERRENOUD,2000, p.36).
O apoio técnico é importante, mas além disso, o vínculo que cada professor estabelece, com seus alunos vai além do pedagógico e dos conteúdos , pois o afeto possibilita a aprendizagem, tornando as relações entre professor e aluno mais sólidas.
É inútil pensar a diferenciação de um ponto de vista estritamente cognitivo. Um professor carregado de conhecimento e de instrumentos didáticos, mas que não consegue comunicar-se, criar um vínculo humano e forte será definitivamente menos eficaz do que um pedagogo menos preparado, mas com quem o aluno “sente-se bem”(PERRENOUD,2000,p.48).
A tarefa primordial das escolas é de:conscientizar à todos que nela circulam, ou seja, os funcionários, professores, familiares, alunos e toda a comunidade escolar, sobre o papel da mesma em relação a inclusão. No projeto político pedagógico devem constar as intenções da escola para o atendimento dos alunos com NEE. Quando se tem a participação de todo corpo escolar se vê o aluno integrado e não somente incluído.
Na escola,“pressupõe”, conceitualmente, que todos, sem exceção, devem participar da vida acadêmica em escolas ditas comuns e nas classes ditas regulares onde deve ser desenvolvido o trabalho pedagógico que sirva a todos, indiscriminadamente( CARVALHO apud CIDADE,1998,p.01).
Em relação ás práticas a serem desenvolvidas com os alunos com NEE os professores devem planejar atividades adaptadas, principalmente nas aulas de educação física, onde se exige maior integração e cooperação com os outros.
[...] a educação física adaptada surgiu oficialmente nos cursos de graduação através da resolução 3/87 do Conselho Federal de Educação e que prevê atuação do professor de Educação Física com o portador de deficiência e outras necessidades especiais. Por isso sabemos que, muitos professores de Educação Física e hoje atuantes nas escolas não receberam em sua formação conteúdos e/ ou assuntos pertinentes a Educação Física adaptada ou a Inclusão (CIDADE et all FREITAS,1998,p.01).
O professor além de planejar atividades que incluam o aluno especial, deve buscar conhecimento sobre o mesmo, pois a história de vida do mesmo irá ajudá-lo em seu desenvolvimento acadêmico.
É importante que o professor tenha os conhecimentos básicos relativos ao seu aluno como: tipo de deficiência, idade em que apareceu a deficiência, se foi repentina ou gradativa, se é transitória ou permanente, as funções e estruturas que estão prejudicadas. Implica,também, que este educador conheça os diferentes aspectos do desenvolvimento humano: biológico ( físicos, sensoriais, neurológicos ); cognitivo; motor; interação social e afetivo emocional( CIDADE et all FREITAS,1998,p.02).
Compete ao professor sistematizar seu conhecimento através de formações, pesquisa, procedimentos de investigação e contributivos teóricos de Ciências da Educação da vertente da NEE intervindo e avaliando.
Considerando os aspectos de competências da escola é necessário que se faça uma avaliação quanto ás ações realizadas nas práticas da mesma, verificando se existem adequações, não somente estruturais mas que garantam o desenvolvimento de habilidades dos alunos, identificando o que é necessário ser ressignificado em prol á inclusão.
A maioria das pessoas interessa-se, em alguns momentos, pelo jogo da aprendizagem, se lhes, oferecem situações abertas, estimulantes e interessantes. Há maneiras mais lúdicas do que outras de propor a mesma tarefa cognitiva. Não é necessário que o trabalho pareça uma via crucis; pode-se aprender rindo, brincando,tendo prazer( PERRENOUD,2000,p. 70 ).
As atividades bem organizadas e orientadas levam ao exercício da cooperação e da cidadania, considerando os direitos do ser humano.
A cidadania para ser de fato realizada, precisa fecundar novas formas de conteúdos nas relações entre homens e mulheres.O processo de humanização compreende três elementos sem possibilidade de separação: a linguagem comum, os objetos e seus usos construídos socialmente, e as normas comuns. A própria linguagem é uma norma, a primeira instituição social que inaugura a presença do ser humano no mundo. Se queremos uma sociedade cidadã é preciso construir linguagens, objetos e normas de cidadania( SILVA et all VIZIN,2003, p.22 ).
Uma das formas de construção de cidadania é colocar o aluno parte do processo de avaliação, pois com sua participação o professor poderá avaliar-se e avaliando os processos de cada aluno para melhor intervir nas suas práticas e ações,traçando estratégias para se construir aprendizagens significativas.
Os inovadores que propõem outras maneiras mais formativas de avaliar apontam para competências emergentes, que faltam a uma parte dos professores de hoje, primeiro, no nível dos conheci mentos e dos conceitos- avaliação criteriada, regulação interativa,auto-avaliação, metacognição, [...] ( PERRENOUD,2000,p.177).
A avaliação é necessária para que o professor faça um balanço de suas práticas e dos quais seus alunos ainda necessitam desenvolver.
Segundo Kassar (2000, p.82), o sujeito “aprende a ter consciência de si mesmo e de seus movimentos na medida em que aprende a ter consciência dos demais.” Esta afirmação faz-nos pensar o quanto as escolas, ainda buscam tradicionalmente critérios e normas avaliativas, pois muitas excluem os alunos, desmerecendo seu processo de construção da aprendizagem.
A avaliação não deve ter somente o caráter de avaliar a partir de uma nota ou média de acertos, mas para se refletir como os alunos estão avançando, ou não em suas aprendizagens, verificando se o planejamento dos conteúdos estão de acordo com as necessidades dos alunos com ou sem NEE.
2.1 TABELA DAS OBSERVAÇÕES
ANÁLISE DAS OBSERVAÇÕES FEITAS NAS ESCOLAS ESTADUAIS |
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PERGUNTAS | LUIZA | MARISTÂNIA | TAÍSE |
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1- Nome da escola? | Candido Portinari | José do Patrocínio | Mané Garrincha |
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2- endereço da escola | Múcio Teixeira nº 252 | Av. Belize, 261 | Érico Veríssimo |
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3- Nome do diretor da escola | Marlene ( não quis dizer sobrenome. | Sueli Berneira de Freitas | Ana |
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4- Nome do professor e função correspondente | Coordenadora pedagógica | Diretora | Diretora |
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5- Número de alunos total na escola | 500 alunos | 2.200 alunos | 500 alunos |
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6- Série que realizou a observação | 5ª e 7ª série | 5ª e 8ª série | 6ª série |
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7- Número de alunos total da turma observada | 28 à 30 alunos | 30 à 40 alunos | 20 alunos |
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8- Número de alunos com NEE em toda escola | 4(3 Visuais e 01 Auditivo) | 2 físico 01 intelectual 01 Hiperatividade | Sem registro- mas foi observado hiperatividade e dificuldade intelectual geral |
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9- Número de alunos com NEE na turma observada | Na 5º série 01 (visual) e 7º série (01 auditiva) | 01 Físico 5º série e intelectual 8º série | Observação geral |
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10- Que necessidades | Na 5º série 01 (visual) e 7º série (01 auditiva) | 01 Físico 5º série e intelectual 8º série | Observação geral |
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11- Quais as idades respectivamente | De 10 à 13 anos | 10 à 14 anos | 11 anos |
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12- Quantos professores na turma | 07 professores | 06 disciplinas ( falta professores) | 07 professores |
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13- A escola possui acessibilidade físicas e na comunicação | Físico não – comunicação – sim Sala Sir | Físico – acessibilidade comunicação - não | Não |
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14- Descrição do local: estrutura física e organizacional | Educação Infantil close especial – fundamental Eja – m/t/n - Sala Sir visual e auditiva c/ prof (acessibilidade não | Educação Infantil close especial – fundamental Eja – m/t/n - Sala Sir não acessibilidade sim | Educação Infantil close especial – fundamental Eja – m/t/n - Sala Sir não acessibilidade sim |
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15- O processo de matrícula destes alunos | A mãe leva no 1º crea dep. Educação (criança especial) com laudo médico atestando suas capacidades p exercer suas atividades e pelo prof especial e professor regente da turma | Os alunos devem os ratificar suas matriculas p/ ano seguinte com calendário da sec. | Os alunos devem os ratificar suas matriculas p/ ano seguinte com calendário da sec. |
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16- Como são entendidos e tratados os problemas na relação ensino e aprendizagem | Nasca – Núcleo assistencial da criança e adolescente (apoio) | Em reuniões pedagógicas com supervisão de sse e outros casos SOE. | O Professor detecta o problema comunica a direção Nasca |
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17- Existe um sistema de suporte técnico-pedagógico para o professor | Quando existe convite se faz cursos e fóruns individuais | Quando existe convite se faz cursos e fóruns individuais mais interesse do professor | Quando existe convite se faz cursos e fóruns individuais mais interesse do professor | | |
18- Existe atendimento educacional especializado para os alunos que dele necessitam. | Sim sala SIR e NASCA+ professor especializado | NASCA E SOE | Não existe somente o apoio do NASCA |
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19- Quanto ao planejamento, quais a s orientações | Não respondeu | Não respondeu | Em horários de folga os professores fazem seus planejamentos |
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20- Que dinâmicas e recursos são utilizados na sala de aula | Aulas de informática e sala SIR | Vídeo, Biblioteca e Mimiógrafo + xerox | Retroprojetor, vídeo e biblioteca |
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21- Como acontece o processo de avaliação | Prova traduzida na sala de recursos | Provas, trabalho em grupo e provas | Classificação por notas provas |
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22- Perfil sócio econômico dos alunos | Classe popular de periferia | Classe popular de periferia | Classe popular de periferia |
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23- Estruturação da sala | Sala sem muitos recursos, somente o quadro negro, cadeiras e classes riscadas | Salas limpas com quadro branco, cadeiras e classes em razoável condição | Baixa infra-estrutura, poucos recurso, somente quadro negro |
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24- Organização dos alunos em sala de aula | Em fileiras | Em duplas e trios | Em duplas |
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25- Descrição das atividades: Pontualidade docente | Não foi observado | Foi pontual | Perguntou vão pra sala |
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26- Pontualidade discente | No horário | Entraram após o professor | Atrasados |
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27- Postura docente regente frente à turma | Demonstrou insatisfação | Interagindo alguns outros nem tanto | Autoritária , afetiva e interagindo |
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28- Resolução de situações- problema | Direto com SOE | Pedir para o aluno parar se não direto pro SOE | Chama a atenção e se pede pra sair da sala e SOE |
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29- Relação Aluno(a)/ Aluno(a) | Divisões de grupos | Divisões dos grupos | Divisões dos grupos |
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30- Relação professor(a)/ Aluno(a) | O professor da mais atenção pra uns do que os outros, mas estimula a cooperação | O professor pede a cooperação para os alunos e procura dar atenção à todos | Da atenção para uns do que outros, fica explicando da sua mesa a aula |
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31-Desenvolvimento das atividades | Copiar e fazer exercícios do quadro | Copiar e fazer exercícios do livro e quadro | A professora lê e os alunos acompanham enquanto explica |
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32- Dinâmica de sala de aula (métodos) | Aula expositiva | Aula expositiva | Aula expositiva |
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33- Uso da linguagem | Informal | Informar e popular | Popular |
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34Avaliação | Através de provas e trabalhos | A cada conteúdo dado se faz uma avaliação | |
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2.1.1 Ficha de observação de educação fisica
Ficha e observação e entrevista da educação física
PERGUNTAS | LUIZA | MARISTÂNIA | TAÍSE |
1- Quantos alunos(as) na turma com NEE | 1 | Dois alunos | Só com dificuldade de aprendizagem |
1a- Deficiência congênita ou adquirida | Deficiência auditiva | Congênita- 02 e adquirida nenhum | não |
1b- Quanto tempo? | Desde o nascimento | Sem resposta | Não tem |
1c- Causa | rubéola | Sem resposta | Não tem |
1d- Sexo e idade: | Masculino, 13 anos | De 10 anos feminino e com 14 anos masculino | Masculino 13 anos |
1e- Necessita de auxílio/ Quais: | Utiliza sala sir auditiva | Sim, de muletas e apoio pedagógico. | não |
1f- Descrição do perfil e aspectos motores: | Aspecto motor normal | Necessita de auxílio nas aulas, para atividades com movimentos amplos e concentração para realizar as tarefas, além de habilidades nos movimentos. | Normal com bom desempenho |
2 a- Solicitar informações sobre a participação na EF escolar e em atividades de recreação e lazer. | | Participam das atividades adaptadas e fora da escola não fazem nenhuma atividade. | Participam das atividades, ás vezes fazem atividades dirigidas |
2 b-A turma realiza atividades com professor(a) regente da turma ou professor de educação física | Professor de educação fisica | Numa aula sim com professor(a) regente e na outra era um professor que estava cobrindo ausência do regente. | Professor de educação fisica |
2 c- Identificar adaptações realizadas em jogos, atividades recreativas e práticas desportivas | Nenhum tipo de adaptação | Sim em uma das aulas ocorreu uma prática adaptada e cooperativa entre as interações com os alunos, na outra isso aconteceu pouco. | Só troca de materiais esportivos |
2d- Como foi a atuação do professor(a) ou professor(a) de EF? | O professor deixou a atividade de livre escola para os alunos, o aluno com nee ( auditiva) optou por fazer cestas com a bola de basquete sozinho. | Em uma das prática observadas foi bem, na outra deixou a desejar. | Só orienta os alunos em qual espaço podem interagir |
2e- Fatores motivacionais para a prática de atividade física | O professor estimula o aluno á fazer mais cestas. | A capacidade do professor em estimular ao esporte e competência do mesmo. | Nenhuma |
2 f- O aluno(a) sente alguma dor, desconforto no dia a dia? | não | Algumas dores no caso do que necessita utilizar muletas de apoio para as duas pernas. | não |
Conteúdo da atividade observada (avaliação dos acadêmicos):
Luíza
Grau de 0 à 5 (- para + | Comentários | 0 | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 |
Motivação e participação | | | | x | | | |
Dificuldades motoras | | x | | | | | |
Dificuldades cognitivas na compreensão | | | | | x | | |
Destreza nos movimentos | | | | | | x | |
Interação social com o grupo | O aluno interage somente no momento de alongamento. | | x | | | | |
Déficit equilíbrio | | x | | | | | |
Déficit de coordenação motora | | x | | | | | |
Atuação e interação do professor | O professor tentou interagir com o aluno mas ele optou por ficar sozinho. | | | | | | |
Mari
Grau de 0 à 5 (- para + | Comentários | 0 | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 |
Motivação e participação | | | | | | X | |
Dificuldades motoras | | | X | | | | |
Dificuldades cognitivas na compreensão | | | X | | | | |
Destreza nos movimentos | | | | | | X | |
Interação social com o grupo | | | | | | | X |
Déficit equilíbrio | | | X | | | | |
Déficit de coordenação motora | | | X | | | | |
Atuação e interação do professor | | | | | | X | |
Taíse
Grau de 0 à 5 (- para + | Comentários | 0 | 1 | 2 | 3 | 4 | 5 |
Motivação e participação | | | x | | | | |
Dificuldades motoras | | x | | | | | |
Dificuldades cognitivas na compreensão | | | | | x | | |
Destreza nos movimentos | | | x | | | | |
Interação social com o grupo | | | | | x | | |
Déficit equilíbrio | | | x | | | | |
Déficit de coordenação motora | | | x | | | | |
Atuação e interação do professor | | | x | | | | |
3 ANÁLISE
A observação foi realizada em três escolas estaduais da rede de ensino
Com base nestas observações analisamos que: Os processos de matrícula dos alunos com NEE não especificado, ocorrem de forma igual aos demais alunos, conforme calendário da SEC (Secretaria estadual de educação), sendo ratificado pelos pais quando menores de dezoito anos. Já os alunos com NEE comprovada, os pais precisam ir até o CRE com o número da CID, atestando a deficiência, ingressando na turma conforme a sua idade.
O número de alunos com NEE nas escolas observadas, está dentro do percentual adequado com atendimento razoável, mas sem acessibilidade para os mesmos.
Segundo KASSAR (2003,p.62) nos coloca que:
Muitas das crianças tem sido matriculadas nas escolas públicas sob a bandeira da inclusão, são provenientes de serviços de educação especial (classes especiais e instituições especializadas) mas que não possuem qualquer deficiência ou diferença orgânica.
Numa das escolas foi notado que apresenta serviço especializado como as salas de recursos (salas Sir), que são utilizadas no turno inverso ao horário de aula regular dos alunos com NEE. A sala de recursos é, segundo a orientação pedagógica das escolas observadas, um trabalho complementar ao trabalho da classe comum.O atendimento ocorre de forma individualizada ou em pequenos grupos, onde pode acontecer no mínimo uma vez por semana com duração de uma a duas horas, atendendo as necessidades dos alunos com dificuldades educacionais especiais. Nas demais escolas utilizam o apoio extra –classe, que é o apoio do NASCA( Núcleo de Apoio Social a Criança e Adolescente).
Conforme GÓES (2003, p.76), afirma que:
[...] para melhorar a resposta às demandas postas pela inclusão,às escolas regulares também se relacionam com serviços de outros setores, como a fonoaudiologia,psicologia e fisioterapia.
Estes serviços existem para suprir uma demanda inexistente nas escolas públicas, pois os professores muitas vezes não apresentam qualificação e formação adequada quanto as questões de inclusão e dos alunos com NEE.
[...] fica patente o despreparo dos educadores em geral quanto ao conhecimento sobre as peculiaridades de em determinado tipo de deficiência, incapacidade, este é um aspecto que se destaca nesta trama, principalmente pela ausência de uma política de formação continuada capaz de promover o desenvolvimento profissional dos professores( FERREIRA e FERREIRA,2003,p.37).
Atualmente nas escolas apresentadas, se teve uma visão de que os professores de educação física, não demonstram motivação, nem preparo, tão pouco qualificação necessária para desenvolver uma atividade que inclui e integre todos os alunos. Em uma das aulas que se observou, foi verificada que houve um bom trabalho pedagógico, com abordagem sóciointeracionista, verificando que este professor se preocupa em incluir e integrar seus alunos, motivando-os a participarem das aulas.
A Educação Física na escola, contribui em grande área da adaptacão ao permitir, a participação de crianças e jovens em atividades que se integrem num mesmo mundo. O programa de Educação Física quando adaptado ao aluno portador de deficiência, possibilita ao mesmo a compreensão de suas limitações e capacidades, auxiliando-o na busca de uma melhor adaptação. (CIDADE e FREITAS,1997,p.02).
Em uma das observações, analisamos que o professor de educação física acolheu seus alunos com atividades cooperativas, onde o aluno com necessidade física (utilizava 2 muletas), participou de uma dinâmica adaptada com bolas, onde pôde ter também o apoio dos seus colegas de turma, notando-se então uma boa integração dos alunos na atividade.
Já em outras aulas de educação física, não houve a mesma interação, o aluno com deficiência auditiva ficou jogando bola sozinho, não havendo interesse e nem preocupação dos colegas e do professor em integrá-lo na atividade com o grande grupo.
Inconscientemente, e ás vezes contra seus valores, o professor pode ser levado a “ favorecer os favorecidos”. Não é muito gratificante trabalhar com os alunos que não gostam da escola, que se recusam a qualquer esforço, que não entram no jogo. Assim, a intervenção junto a um aluno em dificuldade pode ser vivenciada uma relação conflitual, uma empreitada incerta, em suma, umaexperiência pouco gratificante. O professor pode ter a impressão de trabalhar por nada, de “chocar-se contra uma parede”, “ de carregar um peso morto”. Como poderia tratar da mesma maneira os alunos que aguçam o sentido de sua profissão e aqueles que fazem dela um calvário?( PERRENOUD,2000,p.27 ).
Dentre os alunos observados, verificamos que em sala de aula ,a maioria se comportava de forma obrigatória, para ajudar seus colegas com NEE. Os professores faziam o uso da gratificação, para estimular os alunos á auxiliarem um colega com dificuldade, alguns relatam inclusive,que é difícil ajudar, pois não é sua obrigação, mas sim da professora.
O professor deve estar ciente de que o aluno chamado de”normal”sai de uma situação em que faz as tarefas sozinho e, quando entra na escola,continua fazendo sozinho, porém com mediação. No caso do deficiente visual a presença de alguém é muito importante, pois ele deverá estar sempre atento em suas ações para mediar as descobertas e, especificamente, no caso da criança cega deverá ajudá-la durante as explorações para que realmente façam sentido para ela(MEC,2003,p.25).
Os alunos nem sempre sentam próximo dos colegas com NEE, alegando que o mesmo atrapalha sua concentração durante a aula, ao fazer perguntas “demais” ao professor. Nem sempre o professor, como podemos observar está disposto em explicar, pedindo que aguardem sua atenção, que pouco é dada.
[...] em aula, quando se faz uma atividade coletiva, o professor trabalha de preferência, com os alunos que fazem perguntas, que se manifesta que o ajudam a construir uma “boa aula”, pois, com aqueles que nada dizem, é difícil criar uma dinâmica, um”diálogo socrático”, um clima de curiosidade, fazer funcionar a rede oficial de comunicação (Sirota, 1998). Além disso, nas interações mais individualizadas,o professor é levado reagir positivamente.... Zimmermann (1982) e Molho(1986) chamaram a atenção para os componentes não verbais da seleção na escola( PERRENOUD,2000,p.27).
Os professores em sua maioria detém-se em aulas expositivas, com pouca utilização de outros recursos como: informática, biblioteca e outros.
As classes estavam dispostas em fileiras, e os alunos organizavam-se, sentando em duplas e trios, gerando conversas paralelas.Já o aluno com NEE, ficava excluído do grupo, sentando na frente para entender a aula dada.
O aluno deficiente visual, era excluído no momento em que a professora copiava os exercícios no quadro, pois tinha que aguardar um colega para auxiliá-lo a copiar em Braile, dificultando sua aprendizagem.
Para Perrenoud (2000), “nenhum professor trata seus alunos como iguais em direitos e deveres”, pois é nítida a relação em que o professor faz de aprendizagem de que todos aprendem iguais, e que a sala de aula deve ser homogênea, na prática não é assim, as escolas estão buscando mudar esta realidade, mesmo necessitando de algumas mudanças e quebras de paradigmas.
[...] ele pratica, voluntariamente ou não, uma forma de diferenciação do ensino. Um grupo de
O que pode-se perceber é que o professor em seus planejamentos, não prevê e não prioriza situações didáticas que contemplem os conhecimentos prévios dos alunos e suas peculiaridades. Com os alunos portadores de NEE, essa realidade não é diferente, porque nas práticas observadas houveram muitas diferenças nas intervenções feitas, pois quando o aluno mais necessitava da atenção do professor ,ele sempre deixava para depois, e o depois passava e este aluno acumulava cada vez mais dúvidas que prejudicavam suas aprendizagens.
A partir daí se dá um quadro como o fracasso escolar onde Perrenoud diz: “ [...] o fracasso escolar não é simples tradução “lógica” de desigualdades tão reais quanto naturais. Não se pode pura e simplesmente compará-lo a uma falta de cultura, de conhecimentos ou de competências.”
As formações quando ocorrem entre os professores, na prática não são desenvolvidas, pois os mesmos com seus títulos, não garantem uma boa ação pedagógica, que é de sua competência, buscar o conhecimento e fazer esta relação com sua prática, potencializando as habilidades e competências de seus alunos com ou sem NEE.
Nota - se que nas escolas apresentadas, o acompanhamento dos processos de aprendizagem dos alunos, segue critérios avaliativos como: provas e trabalhos de pesquisa। No caso dos alunos com necessidades visuais e auditivas, realizam suas avaliações nas salas de recursos (SIR), com apoio especializado, pois precisam de tradução, já que os professores regentes não apresentam formação necessária para este processo.
5 CONCLUSÃO
Por fim, com base nas observações das escolas, verifica-se que os professores da rede estadual de ensino das mesmas devem buscar mais apoio e suporte técnico na sua formação, não ficando dependentes dos apoios especializados extra- classe.
As políticas públicas para as escolas estaduais, não estão atendendo adequadamente as necessidades dos alunos com NEE, não qualificam seus professores e nem mesmo os preparam para suas práticas. Quanto a sua estrutura, não atende a demanda destes alunos, pois é inexistente a acessibilidade nas mesmas, para os portadores de necessidades físicas e quanto aos recursos necessários para as práticas em aula, e práticas de educação física. Dentre os professores, somente alguns buscam esta qualificação, os demais acomodam-se e trabalham simplesmente para o seu sustento, não acreditando que haja uma verdadeira inclusão. Conclui-se ainda que, algumas escolas priorizem a educação tradicional, onde se encontram práticas mal planejadas, que não levam em consideração as necessidades dos alunos com NEE, nem tão pouco possibilitam a integração, já que muitas vezes a comunidade escolar, não é conscientizada ao acolhimento dos mesmos.
Acredita-se que a inclusão escolar deve ser estimulada desde a educação infantil, pois é na mesma que se constrói as primeiras bases de socialização, cidadania, respeito mútuo, que se construa de ato e fato uma escola realmente inclusiva para todos.
É preciso construir linguagens, objetos e normas de cidadania. É preciso visitar os lugares onde se produzem/reafirmam conhecimentos, memórias e linguagens na escola, necessariamente, mas não só. É preciso dar voz aos excluídos às crianças, aos jovens, aos portadores de deficiência, aos velhos. É preciso vê-los na sociedade que produz simultaneamente e de forma complementar sua exclusão para sua posterior inclusão m situação precarizada, em que se misturam os estigmas de classe e de raça, que caracterizam a situação dos sem- terra, sem-teto, sem saúde, sem-educação, ou sem os “traços/características” considerados normais- as pessoas deficientes(SILVA e VIZIN, 2003, p.24).
Portanto não basta receber e matricular nas salas de aula do ensino regular, deve-se atender com qualidade, respeito a diversidade e os direitos humanos de cada um aluno, sem nenhuma forma de exclusão e preconceito.
A educação transforma o indivíduo, tornando-o apto a exercer seus direitos plenos de cidadão, sem ela o que seria da humanidade? , pois é com educação que se quer modificar muitas realidades, tornando nossos alunos aptos para a vida se inserindo com dignidade e integrando-se com respeito, incluindo uma sociedade mais justa para todos।
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
BRASIL- MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA- Orientação e mobilidade de conhecimentos básicos para a inclusão da pessoa com deficiência visual. 2003, p. 25.
BRASIL- MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA-Educação inclusiva: a fundamentação filosófica. 2006, p.2.
SILVA, Shirlei; VIZIN, Marli. Educação especial : múltiplas leituras e significados. São Paulo:ALB, 2003.
GÓES, Maria Cecília; LAPLANE, Adriana Lia. et al. Políticas e práticas de educação inclusiva. São Paulo: Autores Associados, 2003.
PERRENOUD, Philippe. Pedagogia diferenciada: Das intenções à ação : Artmed, 2000.
CIDADE, Ruth Eugênia; FREITAS, Patrícia Silvestre. Educação Física e Inclusão: Considerações para a Prática Pedagógica na Escola. Disponível em: http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/sobama/sobamaorg/inclusao.pdf.Acesso em: 4 Mai. 2009,15:30.
GURGEL, Thais. Inclusão só com aprendizagem, Revista Nova Escola, São Paulo, p. 31- 45, out. 2007.